Portugal sagrou-se Campeão Europeu com a Seleção A pela primeira vez. No domingo passado, dia 10 de Julho 23.33h, o árbitro Mark Clattenburg terminou a partida e nesse momento a alegria não teve limites. Todos jogadores correram para o relvado, abraçando-se e todos queriam cumprimentar Éder, que tinha marcado o golo da vitória, uns 13 minutos antes.
A festa que não se teria esperado duas horas antes, quando a equipa tricolore entrou forte no encontro, obrigando Portugal a recuar as linhas para que não sofriam golo. Depois aínda houve a lesão de Ronaldo, devido uma entrada dura de Payet aos 8 minutos, que resultou na sua substituição aos 25 minutos. Por aí tudo parecia perdido, mas a equipa mostrou mais uma vez moral e força mental, como durante o torneio inteiro. Foi uma demonstração, não de futebol lindo, mas de vontade e capacidade mental superior como nunca tinha visto antes.
Voltando atrás, para o início do torneio, Portugal via-se num grupo accesível com os adversários Islândia, Hungria e Austria. Mas mesmo tendo tido o maior número de remates à baliza durante a fase grupos, entre todas as equipas, apenas foram conseguido três empates. Mesmo assim Portugal apurou-se para os oitavos como um dos melhores terceiro classificados. Entre os Portuguêses e adeptos as esperanças estavam diminuindo e houve poucos que acreditavam. Não foi esse o caso na comitiva portuguêsa. Uma das frases mais discutidas foi certamente a de Fernando Santos, que numa conferência de imprensa manifestou o seu ponto de vista ao dizer que só voltava a Portugal no dia 11 de Julho e seria recebido em festa. Não foram poucos que lhe chamavam palavrões e duvidaram a sua competência.
Nos oitavaos viu se uma equipa portuguesa completamente diferente. A tática ofensiva, que se jogou na fase de grupos, foi substituida por um esquema defensivo para limitar as armas da Croácia. Foi aí que se deu para entender o plano do "Mister". Jogar unidos e aproveitar as oportunidades que iam aparecer. Durante do jogo bem se viu que a Croácia não conseguiu criar muitas oportunidades, mas nos nossos contra ataques tinham dificuldades. E assim surgiu o único golo da partida, aos 117 minutos, precisamente num contra ataque que garantiu a passagem aos quartos.
A Polónia teve a sorte de aproveitar um erro individual para abrir o marcador aos 8 minutos, mas com a mesma tática, desta vez mas com a obrigação de empatar o jogo pelomenos, a equipa mostrou caráter e lá conseguiu com um belo remate de Renato Sanches. A decisão apenas apareceu na marcação de penalties com o melhor fim para Portugal, quando Rui Patricio defendeu o remate de Blaszczykowsky. Durante todo o torneio não se viram mais penalties tão bem executados. Tanto os polacos como os portugueses remataram todos de maneira excelente, só que num, o guarda-redes caiu para o lado certo.
Nas meias finais depois apareceu o adversário surpresa, País de Gales, que tinha eliminado a poderosa Belgica. Nesse jogo a tática foi um pouco alterada, na maneira que Portugal assumiu mais iniciativa que nos jogos anteriores, e tentou aproveitar a qualidade individual dos seus jogadores para chegarem ao desejado resultado antes dos 90 minutos. E assim foi! Dois golos em poucos minutos resolveram o jogo já perto da hora e com o apito final também estava carimbada a passagem à segunda Final de Portugal.
Admito que fui crítico e a falta de eficácia nos primeiros jogos me irritaram imenso. Não gostei da extrema confiança transmitida pelo treinador, que não ia passo a passo com as exibições em campo. Não me parecia humilde falar de tal maneira e mostrar algo diferente nos jogos.
Que bem que fiquei errado e nunca soube tão bem estar tão mal encaminhado. Viu se que a equipa cresceu de jogo para jogo e que a ideia passada pelo treinador, encaixou perfeitamente com o sistema adaptado. Com todas as limitações que Portugal teve, mas ao mesmo tempo com alguma sorte, superou todos os obstáculos que foram aparecendo e por isso o título foi muito bem merecido. Foi a obra de uma equipa em que cada um jogou e lutou para o seu companheiro, e foi essa a receita do successo deste torneio. A equipa que melhor funcionou como equipa foi a que levou o trofeu.
Obrigado a todos que fizeram para que isso pôde acontecer. Desde os condutores ou elementos de segurança, dos roupeiros e cozinheiros até aos diretores e naturalmente os jogadores e o nosso seleccionador Fernando Santos: um grande OBRIGADO. Vocês sois todos o orgulho de Portugal e merecestes tudo o que o nosso país vos pôde dar.
Eternamente grato!
O voo da Seleção para Portugal, no Flightradar